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A Projeção, a Lei da Correspondência e o Autoconhecimento

  • Foto do escritor: Luciana Pirk
    Luciana Pirk
  • 19 de ago. de 2020
  • 3 min de leitura

No caminho do autoconhecimento, compreender o conceito de Projeção e a Lei da Correspondência e como se aplicam à nossa realidade é de extrema valia, pois quando utilizados como ferramentas mostram-se esclarecedores.

Segundo Jung, “a projeção é um dos fenômenos psíquicos mais comuns. (…) Tudo o que é inconsciente em nós mesmos descobrimos no vizinho” e “a bem dizer, não se faz uma projeção, ela simplesmente ocorre”. Assim, tudo aquilo que existe em nós, enxergamos no outro.

De maneira similar, Hermes Trismegisto em uma das Leis Herméticas, diz sobre A Lei da Correspondência: "O que está em cima é como o que está embaixo. O que está dentro é como o que está fora." Sendo o que está em cima, seu consciente, como o que está embaixo, seu subconsciente, e o que está dentro, as emoções geradas pelo subconsciente, como o que está fora, realidade manifesta no mundo físico com base nas emoções e vibrações do seu corpo, seguindo seu subconsciente. Consequentemente, o que está presente no nosso interior tem relação direta e impacta o nosso exterior, sendo assim que realmente o que está fora seja como o que está dentro.

Sobre essa interação entre interior e exterior e como ele se apresenta temos no filme “A Origem” um exemplo. Em uma das cenas, quando Robert Fischer (Cillian Murphy) é informado por Cobb (Leonardo DiCaprio) que eles estão em um sonho, o subconsciente sente e começa a procurar pelo sonhador, no caso Arthur (Joseph Gordon-Levitt). Assim, todas as pessoas presentes no sonho, projeções do subconsciente, começam a agir da mesma forma, como que num transe.

A realidade não é bem dessa forma, mas esse é um exemplo de como o subconsciente e o mundo ao nosso redor interagem e trocam informações. No nosso caso, essa interação é mais claramente notável não no que diz respeito aos olhares que atraímos, como no filme, mas sim naquilo que nos atrai o olhar.

Como dito acima, “tudo que é inconsciente em nós mesmos descobrimos no vizinho” (Jung). Então, se observarmos o vizinho, não com o foco nele em si, mas com o intuito de nos enxergar nele, podemos descobrir muito do que está presente em nós e não sabemos, principalmente em relação as nossas Crenças Limitantes e Comportamentos Condicionados.

É necessário que seja estabelecido um Processo de Observação - ênfase em processo, uma vez que leva tempo para tornar consciente o que está inconsciente. E é essencial que ele seja objetivo (livre de emoções e julgamentos), seja alimentado por curiosidade (a sede por descobertas é motivadora) e leve o tempo necessário (de dias a anos). É possível que processos possam ser levados de maneira paralela, tendo cada um um alvo específico.

O que ocorre, então, ao nos tornarmos de fato Observadores de nós mesmos e do que e quem está ao nosso redor, passamos a notar Repetições daquilo que nos chama atenção ou interagimos com muita frequência, seja a forma como as pessoas agem, pensam ou sentem e até mesmo eventos, situações e locais. Essas Repetições, com o tempo, acabam trazendo a tona Padrões. E quando descobrimos o Padrão, o que ele representa e como se apresenta, é como se um véu fosse retirado dos nossos olhos e então pudéssemos enxergar claramente.

Até esse momento, estamos totalmente inconscientes de questões pessoais como hábitos, modelos de comportamento, crenças e pré-conceitos. Porém, quando somos capazes de tornar o Padrão consciente, somos também capazes de quebrá-lo, através de um outro Processo que tem início então, sobre o qual podemos falar em outro momento.

Portanto, podemos aplicar tanto o conceito de Projeção como a Lei da Correspondência de forma prática em nossas vidas, de modo a trazer não somente aprofundamento em nosso autoconhecimento, mas também e principalmente, mudanças concretas que têm início dentro e afetam claramente o que está fora.  

 
 
 

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